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[Sobre encontros e desencontros]


Teresina, 19 de Janeiro de 2010

Dezenove dias de um novo ano, quatorze dias depois de um relacionamento completar um ano e sete dias depois de uma nova decisão.
A Decisão de ir ali recomeçar minha vida, de novo, quase do zero, quase sem nada e sem ninguém. Pra mim que quem não vive decidindo dia após dia não vive verdadeiramente ou sou eu quem não sabe viver as decisões que tomo em sua integra anulando possibilidades de outras e novas experiências?
Não quero viver sofrendo com o que escolho, por isso acredito ter o direito de escolher e acho que não sou o único que vive nessa indecisão, o que não melhora as coisas mas conforta, é sempre bom saber que você não é o único merda no vazo. Eu vou sempre querer ficar no lugar da montanha, então cada vez que eu quiser mudar de lugar vou ter que mudar a montanha pro outro lado. É assim.
Eu vou embora daqui. Me lembro de como foi difícil viver longe daqui e lembro mais ainda do sofrimento que foi voltar. E quando cheguei, ah e quando cheguei... Vivi o melhor da vida. Um grande amor, o primeiro. Agora, quero ir pra onde joguei a montanha, e vou novamente ter que movimentá-la pra ocupar seu espaço. Algo vai ter que ser diferente dessa vez, e vai.
Uma vez interrompi esse grande amor, depois voltei atrás antes que uma semana se passasse. Agora ficaremos meses, talvez anos e ainda talvez fiquemos longe pra sempre. Cada um indo buscar seu sonho em um lugar diferente, e eu tentando me conformar de que talvez esse grande amor acabe descobrindo que eu não faço parte dos seus sonhos.
Tanta coisa vivida com intensidade máxima, tanta coisa dita com sinceridade inabalável e ainda tanta coisa que foi e é sentida com uma certeza inegável parece estar embarcando em dois aviões com destinos diferentes. Eu queria mesmo que tudo isso ficasse da mesma distancia que há entre minha pele e minhas tatuagens. Duas, uma sobre minha mãe, e uma sobre meu amor. Meus dois grandes amores [ponto]
Imaginei que talvez outros amores possam surgir, pequenos, grandes, imensuráveis... mas nunca como esses dois amores que já servem como patamares de comparações e exigências mínimas. Foi com esses dois amores que vivi a primeira vez de tudo, do amor ao perdão, da bonança à tempestade.
Minha mãe é aquela coruja que quer acalentar sua cria em tempo integral mas que começa a entender a necessidade de ajudá-los a voar, porque vivem num mundo onde o vento é que direciona a vida.
Meu amor é aquele que acredita no que vivemos. Eu também. Mas no fundo eu sei que serão milhares de quilómetros de distancia, e entre esses quilómetros vai haver muita gente, muitas águas, muitos muros, muita terra, muito mato, muitos dias. Porque no final de um dia sem se ver começa uma contagem eterna, uma demora sem tamanho.

links de apoio:
www.cincoumnove.wordpress.com
www.cincoumdez.tumblr.com
www.cuzcuzfunnywear.blogspot.com

Um comentário:

THAÍS ALENCAR disse...

A distância pode até mesmo atrapalhat o relacionamento.Mas, quando há amor e eu acredito nesse*, ele dura anos, séculos...e não importa a distância, pq o amor lança fora todo o medo